Documento na CPI mostra que Pfizer procurou embaixada do Brasil em agosto para ter resposta sobre oferta de vacina

Dirigentes da farmacêutica se reuniram com diplomatas brasileiros para falar dos riscos de Brasil não dar retorno sobre a compra do imunizante. Itamaraty foi informado pela embaixada.

Em 27 de agosto do ano passado, a Pfizer procurou a embaixada brasileira em Washington (EUA) para pedir ajuda junto ao governo brasileiro para obter uma resposta sobre a compra dos imunizantes pelo Brasil. A informação foi repassada pela embaixada ao Itamaraty, que recebeu a informação no dia seguinte.

A comunicação da embaixada afirma que “dirigentes da Pfizer ressaltaram ao Posto a importância de que o governo brasileiro manifeste interesse pela compra da vacina até 29/8, com base em proposta comercial apresentada aos Ministérios da Saúde e da Economia em 14/8”.

O documento ainda afirma que o encontro foi um pedido da Pfizer. Os presidentes da Pfizer na América Latina e no Brasil foram ao encontro dos diplomatas brasileiros.

“Comentaram também terem apresentado a autoridades do Ministério da Saúde e do Ministério da Economia em 14/8, proposta formal de venda de cerca de 30 milhões de doses da vacina para o Brasil, caso a aplicação da vacina seja aprovada pelas autoridades nacionais competentes”, apontou o documento.

“Ressaltaram que o prazo para o governo brasileiro formalizar interesse na compra da vacinação expirará em 29 de agosto corrente, conforme estipulado na proposta. Expressaram receio de que a empresa não possa garantir o fornecimento da quantidade de doses da vacina deseja pelo Brasil, caso não receba a confirmação de interesse até 29/8”, continuou o informe.

Brasil não respondeu

Até o momento do encontro entre dirigentes da Pfizer e diplomatas do Brasil em Washington, a Pfizer já havia apresentado propostas em três ocasiões ao Brasil: em 14, 18 e 26 de agosto.

A Pfizer não teve retorno sobre as propostas oferecidas. A farmacêutica fez novas propostas em novembro e em fevereiro, quando efetivamente foi iniciada uma negociação com contrapropostas apresentada pelo Brasil, até que em março o acordo para a compra de 100 milhões de doses pelo governo brasileiro foi fechada.