Força-tarefa encerra cerco de mais de 30 horas e retoma buscas por Lázaro Barbosa em região onde a mãe dele já trabalhou

Criminoso é investigado por morte de família de quatro pessoas em Ceilândia e outros sete crimes, segundo SSP.

Neste sábado (26), a operação realizada para capturar Lázaro Barbosa entra no 18º dia de buscas. O dia começou sem o cerco que era mantido em região de chácaras em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás e durou mais de 30 horas. Novo bloqueio foi feito por volta das 8h30 na mesma estrada de terra, próximo a BR-070, a 6,4 km da base da força-tarefa. Moradores são revistados para poder ter o acesso liberado.

Agentes que fazem parte da força-tarefa informaram que as buscas por Lázaro Barbosa acontecem em região onde a mãe dele trabalhava.

A primeira barreira foi desfeita após os policiais conseguirem prender duas pessoas suspeitas de ajudar o procurado a se esconder da força-tarefa – um deles foi solto provisoriamente após audiência de custódia.

Lázaro é suspeito de matar uma família de quatro pessoas em Ceilânia (DF) e, segundo a Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), de outros sete crimes – veja aqui sobre crimes e fuga do investigado. No total, são mais de 270 policiais envolvidos nas buscas, além de helicópteros e cães farejadores.

O movimento é intenso na base de operação no início desta manhã. Por volta de 8h30 várias viaturas deixaram a base com destino a Águas Lindas de Goiás.

Presos

Durante as buscas por Lázaro, a força-tarefa prendeu um fazendeiro, de 74 anos, e um caseiro, de 33, suspeitos de ajudar o criminoso a fugir dos policiais. Após a audiência de custódia, o segundo investigado recebeu liberdade provisória.

De acordo com os registros policiais, o caseiro Alain Reis de Santana contou que Lázaro dormiu na propriedade do fazendeiro investigado por cinco noites e que não havia denunciado antes por medo. Defensor do caseiro, Adenilson já havia dito que o cliente não ajudou o fugitivo e não escondeu informações da polícia.

Consta no auto de prisão em flagrante dos dois suspeitos que o dono da propriedade não quis deixar os policiais entrarem ao ser abordado e preferiu ficar em silêncio.

O defensor, Ilvan Silva Barbosa, havia negado a participação do idoso após as prisões.

Cronologia da fuga

  • 9 de junho: Lázaro invadiu uma chácara no Incra 9, em Ceilândia (DF), onde matou a tiros e a facadas um casal e dois filhos. Roubou a chácara após o assassinato da família. Ele teria rendido o caseiro, o dono da propriedade e a filha dele;
  • 11 de junho: Lázaro fugiu para Cocalzinho de Goiás logo em seguida;
  • 12 de junho: Ele atirou em quatro pessoas, invadiu fazendas e colocou fogo em uma casa ao fugir da polícia. Os feridos foram levados a hospitais da região;
  • 13 de junho: Furtou um carro e o abandonou na BR-070 após avistar uma barreira policial, dando sequência à fuga para uma mata;
  • 14 de junho: Caseiro de Cocalzinho de Goiás disse à polícia que atirou em Lázaro Barbosa após ele falar que ia entrar na casa. Chacareiro relatou que ele fugiu depois de ser atingido. Lázaro foi filmado no curral de uma fazenda entre os distritos de Edilândia e Girassol. A polícia acredita que ele passou a noite no local. O caseiro diz que o homem pediu comida e em seguida fugiu para a mata;
  • 15 de junho: Dois policiais militares de Goiás foram baleados durante buscas do suspeito. Delegado diz que Lázaro fez casal e adolescente reféns em Edilândia. Uma parente da família relatou os momentos de pânico;
  • 16 de junho: Lázaro Barbosa foi visto por um morador em uma área rural;
  • 17 de junho: a polícia retomou as buscas em matas da região e mudou a base de operação pela segunda vez. Houve nova troca de tiros e secretário de segurança pública acredita que ele esteja ferido;
  • 18 de junho: durante buscas o secretário de segurança pública disse que acredita ter visto Lázaro. Segundo PRF, ele foi visto em um chiqueiro durante a tarde, mas fugiu novamente para vegetação;
  • 19 de junho: Houve uma grande movimentação de policiais na região de Águas Lindas depois que um morador afirmou ter visto Lázaro em uma gruta da região. No mesmo dia, a cadela que atuou nas buscas pelas vítimas da tragédia de Brumadinho chegou a Cocalzinho de Goiás;
  • 20 de junho: as buscas por ele foram intensificadas por policiais civis, militares e federais. Foram usadas três aeronaves e cinco cães farejadores na caçada;
  • 21 de junho: Pela manhã uma moradora denunciou que viu um homem, parecido com o fugitivo, passar por uma propriedade rural. Policiais e bombeiros com cães farejadores acompanharam a mulher para fazer uma verificação na área. Militares de vários batalhões vasculharam casas rurais em busca de pistas e rastros que Lázaro possa ter deixado;
  • 22 de junho: policiais retomam buscas por Lázaro e recebem rádios comunicados do Exército Brasileiro com alcance de 30km. Pela manhã, equipes periciaram um carro que foi encontrado queimado e, à tarde, um lençol e um serrote, que foram encontrados em um local onde o criminoso pode ter se abrigado, em Águas Lindas de Goiás. À noite, um novo cerco foi montado após troca de tiros entre fazendeiro e suposto invasor;
  • 23 de junho: a SSP disponibilizou um aplicativo para que moradores em uma área de 100 km de distância da região de busca possam fazer denúncias ou pedidos de ajuda. Equipes fizeram buscas em áreas de chácara, mas não conseguiram localizar pistas do fugitivo;
  • 24 de junho: a força-tarefa saiu durante a tarde para fazer buscas em uma região de chácaras de girassol. O secretário de segurança, Rodney Miranda, saiu em uma viatura descaracterizada. Helicópteros também sobrevoaram a região.
  • 25 de junho: a operação continuou em buscas pelo fugitivo na mesma região onde o caseiro e o fazendeiro foram presos suspeitos de ajudarem na fuga. O secretário de Segurança, Rodney Miranda, esteve no local para acompanhar.