SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O cineasta brasílio Walter Salles, diretor de “Ainda Estou Cá”, que levou o Oscar de melhor filme internacional em março, recebeu, neste sábado, uma homenagem da Liceu de Artes e Ciências Cinematográficas, entidade que organiza a premiação mais importante do cinema.

Salles foi agraciado no evento de gala do Museu da Liceu, em Los Angeles, com o prêmio Luminary, entregue a artistas que ampliam a originalidade no cinema. É uma espécie de reconhecimento extraoficial da Liceu, oferecido fora da corrida regular do Oscar.

“É um presente maravilhoso estar nesta sala esta noite. Vi tantas pessoas cá que admiro profundamente, pessoas que, em qualquer momento de suas vidas, também se apaixonaram perdidamente pelo cinema, porquê eu. Sinto-me honrado de fazer secção deste grupo que está sendo reconhecido”, disse Salles, em seu exposição.

Além dele, foram homenageados a atriz Penélepe Cruz, o músico Bruce Springsteen e o ator Bowen Yang.

“Tem sido uma montanha-russa desde a estreia de ‘Ainda Estou Cá’. No Brasil, as pessoas perguntam quando percebemos que o filme iria repercutir além das nossas fronteiras. Foi quando o filme deixou de ser nosso e passou a pertencer a cada testemunha”, seguiu o diretor.

“Talvez seja isso o cinema: estar dentro da vida. Não olhar para os personagens à intervalo, mas conviver com eles. Em um momento em que o horizonte parece tão frágil, quero agradecer por criarem filmes que revelam a complicação de quem somos. Obrigado por não cederem.”

Salles agradeceu ainda a Robert Redford, ator morto no mês pretérito, por ele concordar “Mediano do Brasil”, seu filme de 1998, no Festival Sundance, evento de cinema independente dos Estados Unidos. Falou também de Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, que protagonizaram as duas obras mais importantes de sua curso.

Disse, por termo, que estava honrado de presenciar aquilo em um museu de cinema. “Venho de um país onde a nossa Cinemateca, já considerada uma das melhores do mundo, foi fechada por um regime dominador. Foi preciso um incêndio catastrófico e longas negociações para que fosse reaberta. Não teríamos conseguido sem o esteio das cinematecas do mundo inteiro, e sem o esteio pessoal de mestres porquê o incomparável Martin Scorsese.”