CATIA SEABRA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O nepotismo de Jorge Messias para a vaga do STF (Supremo Tribunal Federalista) abriu uma disputa pelo comando da AGU (Advocacia-Universal da União), a principiar pela própria equipe.
Aliados do presidente Lula (PT) apostam na escolha de uma mulher para a vaga de Messias, caso o petista opte por uma solução caseira para a sucessão.
Lula avisou a interlocutores que o atual AGU deverá ser o indicado para o Supremo com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Disse ainda que não pretende demorar para o pregão.
Auxiliares do encarregado do Executivo identificam potenciais substitutas dentro dos quadros da AGU. A opção por uma mulher seria uma maneira de minorar críticas à indicação de mais um varão para o STF se confirmado o nome de Messias para a golpe.
Entre as cotadas para a chefia da AGU, estão Anelize Almeida, procuradora-geral da Herdade Pátrio; Isadora Cartaxo, secretária-geral de Contencioso; Clarice Calixto, procuradora-Universal da União; e Adriana Venturini também, procuradora-Universal Federalista.
Procuradora da Herdade desde 2006, Anelize tem bom trânsito na equipe econômica do governo, incluindo o ministro Fernando Haddad (Herdade).
Advogada da União há 17 anos, Isadora Cartaxo é responsável pelas ações da AGU no STF, mantendo boa relação com magistrados. Clarice, por sua vez, trabalhou nos ministérios da Justiça e Cultura durante o governo Dilma, tendo bom relacionamento com integrantes do governo, além da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja.
Adriana Venturini também já atuou perante os tribunais superiores e é procuradora federalista desde 2002.
Ainda são mencionados os nomes das procuradoras Manuelita Hermes e Maria Rosa Loula.
Dentro da AGU, dois homens aparecem na lista de cotados para a cadeira de Messias.
Atual advogado-geral substituto, o procurador do Banco Mediano Flavio Roman é indigitado uma vez que um sucessor proveniente do ministro. Além dele, André Dantas, Consultor-Universal da AGU, é lembrado.
Aliados de Lula afirmam, no entanto, que o presidente não definiu o perfil ideal para a chefia da AGU, lembrando que o petista foi surpreendido pela decisão de Barroso, que antecipou o pregão de sua aposentaria sem informar a Presidência da República.
Colaboradores do presidente têm sugerido que ele busque um nome com afinidade política para atuar em resguardo do governo, mormente em um momento de negociação com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Lembram que foi a atuação de Messias, da montagem da estrutura do governo à relação com o STF, credencia o atual advogado-geral para a golpe. Antes sem proximidade com Lula, Messias se transformou em referência jurídica dentro do governo, sendo ouvido sobre questões políticas.
Defensores dessa tese propõem que Lula avalie, por exemplo, perfis dentro do Prerrogativas, movimento de advogados coordenado por Marco Aurélio Roble.
