Neste episódio de número 07 do Raiz do Negócio, a bancada recebe Rodrigo Penna de Siqueira, CFO da Jalles Machado, da indústria de álcool e etanol de cana-de-açúcar (Foto: Divulgação/RDN)

Nos últimos três anos, o mercado de açúcar viveu um ciclo de preços mais vantajosos em relação ao etanol. De convénio com Rodrigo Penna de Siqueira, CFO da Jalles Machado (JALL3), esse cenário levou o setor a investir e ampliar sua capacidade de produção de açúcar. “O prêmio do açúcar permitiu um investimento maior em cristalização. Em algumas quinzenas deste ano, o mix açucareiro chegou a 54%, e a Jalles é um exemplo disso”, explicou.

Ele foi o convidado do incidente mais recente do Raiz do Negócio, sua estrada entre o campo e a Faria Lima, uma parceria entre InfoMoney e TheAgriBiz.

Na conversa, Siqueira ressaltou que, até poucos anos detrás, o setor atingia no sumo 48% de mix de açúcar. Hoje, as usinas da Jalles operam com mais flexibilidade. “A unidade Jalles tinha 60% de mix, a Otávio Lage, 45%, e a Santa Vitória, que compramos no término de 2022, era 100% etanol. Aumentamos a Otávio Lage para 60% e construímos uma fábrica de açúcar em Santa Vitória, inaugurada em 2024. Hoje temos uma com 60%, outra com 60% e outra com 50%”, detalhou o executivo.

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O provável impulso dos refrigerantes americanos

Siqueira também comentou o recente debate nos Estados Unidos sobre a substituição do xarope de milho por açúcar de cana em refrigerantes. “Quando saiu a notícia de que o Trump defende essa troca, fui calcular o impacto. Se a Coca-Cola sozinha migrasse, seriam 1,5 milhão de toneladas a mais de açúcar. E, se toda a indústria de refrigerantes americana adotasse, seriam 3 milhões de toneladas – um aumento de 2% no mercado mundial.”

Ele explicou que a discussão envolve questões de saúde. “A frutose de milho gera um pico glicêmico muito tá. Já o açúcar da cana tem aspiração mais equilibrada.”

Para o diretor financeiro, o consumo mundial de açúcar segue crescendo, mormente na África e na Ásia. “Nos países desenvolvidos, o consumo não cresceu nos últimos 30 anos, mas a obesidade aumentou por outros motivos, porquê o excesso de massas e farináceos. O açúcar continua no mesmo nível e é bom demais, só não pode exagerar”, concluiu.

Pinga-fogo

No segmento de perguntas rápidas, Rodrigo compartilhou referências pessoais. Um livro muito impactante para ele foi ‘Feitas para perseverar’, de Jim Collins. Ou por outra, ele também gosta de séries de suspense, porquê Prison Break, e da música ‘Tocando em Frente’, de Almir Sater: “inspiradora e favorita do meu pai.”

Sobre sucesso, ele destacou: “é conseguir deixar um legado, impactar pessoas próximas, transmitindo valores de moral e seriedade. Sempre lembrando da sociedade, da comunidade e da instrução de filhos para que sejam felizes e boas pessoas.”

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