Hermeto Pascoal, compositor e arranjador brasílio, morreu aos 89 anos neste sábado (13). A morte foi anunciada nas redes sociais do artista, e a justificação não foi divulgada.

O compositor e multi-instrumentista se tornou referência por ser capaz de produzir sons que formam música a partir de praticamente qualquer objeto. O artista deixa seis filhos, 13 netos e dez bisnetos.

Amplamente premiado, Hermeto venceu, em 2024, o Grammy Latino de Melhor Álbum de Jazz Latino/Jazz com “Pra Você, Ilza”. Ainda neste ano, ganhou a estatueta de Melhor Artista Instrumental no Prêmio da Música Brasileira 2025.

Relembre a curso de Hermeto Pascoal

Hermeto Pascoal nasceu em 22 de junho de 1936, em Lagoa da Canoa, província de Arapiraca (AL). Albino, não pôde trabalhar na roça e desde cedo se aproximou dos sons da natureza, criando instrumentos repentista e tocando até para os pássaros.

Começou no concertina aos 10 anos e logo desenvolveu sua marca: transformar qualquer objeto em música — panelas, garrafas, brinquedos, chuva e até animais. Essa originalidade lhe renderia a renome de um dos artistas mais originais da música brasileira.

Aos 14 anos estreou com o irmão José Neto na Rádio Tamandaré, em Recife (PE), e em seguida passou por rádios e orquestras porquê a Tabajara, na Paraíba (PB), e a Rádio Mauá, no Rio de Janeiro (RJ). Na dezena de 1960, já em São Paulo, formou grupos importantes porquê o Sambrasa Trio e, depois, o Quarteto Novo, ao lado de Airto Moreira, Heraldo do Monte e Theo de Barros.

Nos anos 1970, levado aos Estados Unidos por Airto e Flora Purim, gravou com Miles Davis e lançou álbuns marcantes, porquê “Hermeto” (1970) e “Slaves Mass” (1977).

De volta ao Brasil, criou seu grupo fixo e gravou discos que marcaram quadra, porquê “A Música Livre de Hermeto Pascoal” (1973) e “Zabumbê-bum-á” (1979).

Reconhecido porquê “mago” ou “bruxo” da música, Hermeto nunca aceitou rótulos. Chamava sua obra de “música universal”, misturando jazz, frevo, baião, pranto, música clássica e popular brasileira, sempre guiado pela improvisação e pela liberdade criativa.

Conquistou três Grammys Latinos. Em 2024, lançou o álbum “Pra você, Ilza”, em homenagem à sua companheira. Sua última apresentação no Brasil aconteceu em junho de 2025, no Circo Volátil, no Rio de Janeiro.