Brasil e EUA

Políticos se reuniram no domingo na Malásia

Lula entrega a Trump posição sobre tarifaço; veja pedidos Presidentes de Brasil e EUA se reuniram no domingo na Malásia

Foto: Palácio do Planalto

A pasta vermelha entregue no domingo (26) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Donald Trump, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, continha dados e argumentos na tentativa de convencer o mandatário americano a instruir seus auxiliares pela suspensão do tarifaço que atinge secção das exportações brasileiras.

Com números, Lula apresentou a Trump um documento de quem objetivo é desmontar o oração de Washington sobre o suposto superávit mercantil do Brasil e sobre as “práticas desleais” que os Estados Unidos usam uma vez que justificativa para impor uma sobretaxa de 50% ao país.

Segundo um interlocutor do governo, foi um recado político com endereço notório: o Brasil negocia, mas não se submete.

O documento detalha as posições do Brasil nas negociações bilaterais, com foco na suspensão do tarifaço e na revisão das sanções que afetam cidadãos brasileiros, com destaque para o ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes. Sobre isso, Lula disse a Trump que o ex-presidente Jair Bolsonaro, sentenciado por tentativa de golpe de Estado pelo STF, não é um perseguido político e que o processo contra ele transcorreu dentro da regularidade.

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Negócio e Serviços (MDIC) mostram que o Brasil teve déficit de US$ 5,1 bilhões com os Estados Unidos de janeiro a setembro deste ano. Considerando bens e serviços, a balança mercantil brasileira registrou um saldo negativo superior a US$ 28 bilhões.

Entre os pontos de atrito está a investigação ensejo pelos EUA com base na Seção 301 da legislação mercantil americana, sobre supostas práticas desleais do Brasil contra empresas americanas. O Pix é um dos alvos: Washington alega que o sistema favorece instituições locais, enquanto o governo brasílio sustenta que a plataforma é pública, ensejo e responsável por ampliar a competição e a inclusão financeira.

Outro tema sensível são as tarifas sobre etanol e músculos suína. Os EUA pressionam por maior entrada ao mercado brasílio, embora mantenham barreiras e subsídios internos. Brasília defende que cumpre todas as regras da Organização Mundial do Negócio (OMC) e ofídio, no caso do álcool, exórdio do mercado americano ao açúcar brasílio.

A tensão também se estende ao negócio de bens industrializados e produtos importados, com menções à região da 25 de Março, em São Paulo — acusada por Washington de facilitar pirataria e contrabando. O governo brasílio rebate e cita dados sobre apreensões, fiscalização e acordos de cooperação internacional já em curso.

Por termo, o documento dedica espaço à crise na Venezuela, tratada uma vez que questão de segurança regional. O governo Lula reitera que a solução deve ser diplomática, não militar, e expressa preocupação com as ações americanas no Caribe sob o pretexto de combate ao narcotráfico.

O encontro de domingo marcou uma tentativa de retomar o diálogo bilateral entre Brasil e Estados Unidos. Nos próximos dias, está prevista a viagem de uma missão de cima nível a Washington, que poderá incluir o vice-presidente e titular do MDIC, Geraldo Alckmin; o ministro da Quinta, Fernando Haddad; e o chanceler Mauro Vieira.

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*VIA O GLOBO