O governo e a oposição entraram em uma guerra de narrativas devido à queda da MP (Medida Provisória) que instituía uma série de taxações em cima de transações financeiras.
O texto perdeu os efeitos práticos à meia-noite sem completar de ser votado pelo Congresso Pátrio.
Apesar dos esforços dos governistas, a maioria do plenário da Câmara votou por retirar o texto da tarifa na noite desta quarta-feira (8) e, assim, decretou, a rota da gestão petista no caso – o que significa menos R$ 17 bilhões de arrecadação aos cofres públicos em 2026.
Governistas afirmam que a oposição, mais uma vez, usa a arrecadação do governo uma vez que arma política, citando o aumento de gastos às vésperas da última eleição presidencial. Também afirmam que a rota é “ao povo brasílico” e que a MP reduziria distorções tributárias entre ricos e pobres.
Por um lado, políticos de esquerda enxergam um potencial de usar essa argumentação em resguardo do governo nas redes sociais. Inclusive, usando o termo “Congresso inimigo do povo”. Há quem diga que o governo “ganhou um exposição”.
Aliados do presidente Lula falam que a queda da MP pode travar até R$ 10 bilhões em emendas parlamentares e prejudicar recursos de programas sociais.
A oposição, por sua vez, afirma que a MP prejudicava a população ao aumentar a taxação em cima de investimentos. Alguns que seriam tributados hoje são isentos de Imposto de Renda. O grupo chegou a apelidar a MP de “taxa-tudo”.
Também alegam que o governo conseguiu manter secção da subida do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no Supremo, logo não teria motivo para o governo obstinar no aumento de tributos por meio da MP.
Antes da votação, líderes partidários avisavam que a centro-direita não daria aval a bilhões a mais para o governo Lula usar num eleitoral.
Pesou ainda a fala de caciques de direita, na avaliação de parlamentares. Por exemplo, citam o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, elogiado pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), e criticado pelo relator da material, Carlos Zarattini (PT-SP).
O governo fez algumas concessões ao longo da tramitação da MP. O próprio presidente Lula entrou em campo e chegou a exonerar ministros que são deputados licenciados para inflar a base, mas perdeu a guerra contra o Centrão e a oposição na Câmara.
Governistas reclamaram de suposta traição e desonestidade por secção de bancadas na Câmara, embora poupem Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Lar. PP, União Brasil e a bancada da agropecuária se posicionaram contra a material.
Aliados de Lula passaram a considerar a rota já na noite da última terça-feira (7), depois que a MP foi aprovada com margem de unicamente um voto na percentagem mista. As negociações não avançavam.
Ao mesmo tempo, Centrão e oposição tinham dúvidas sobre quantos votos teriam no plenário. Por isso, optaram por barrar a MP tirando-a da tarifa, sem chegar a votá-la ponto a ponto.
