Segundo o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), 33 das 35 regiões administrativas contam com o serviço porta a porta de coleta seletiva, enquanto Sol Nascente/Pôr do Sol e Chuva Quente estão em processo de estudo para inclusão no cronograma solene.

Desde 2020, o volume de materiais recicláveis recolhidos no DF cresceu 222%, alcançando 58 milénio toneladas em 2024. Até setembro deste ano, foram recolhidas 48,5 milénio toneladas.

O progressão resulta de um trabalho contínuo de ampliação do serviço, parcerias com cooperativas e ações de conscientização junto à população. A coleta seletiva é operacionalizada com recursos da Nascente 100 do Governo do Província Federalista (GDF), que subsidia contratos com as cooperativas. Além da comercialização do material, os grupos recebem por tonelada processada, o que garante a sustentabilidade financeira da operação.

A diretora técnica do SLU, Andrea Almeida, explica que a cobertura totalidade do DF já foi atingida quando consideradas as modalidades porta a porta e ponto a ponto. “Quando falamos em duas cidades que ainda não têm a coleta porta a porta, estamos falando de locais que já contam com pontos de entrega voluntária de material seletivo. Logo, de alguma forma, todas as regiões administrativas do DF têm coleta seletiva disponível desde 2022”, afirma.

Ela reforça que o sucesso do programa depende da participação direta do cidadão. “A responsabilidade é compartilhada. O governo oferece a estrutura, mas o morador precisa separar corretamente o lixo e colocar o reciclável no dia e horário certos. A coleta seletiva não é facultativa; é uma obrigação prevista na Política Pátrio de Resíduos Sólidos”, alerta.

Segundo Andrea, muro de 9,2% de todo o lixo retraído neste ano é constituído por materiais recicláveis — índice superior ao de 2024, quando o percentual era de 8%. O SLU estima que o DF deva fechar 2025 com 10% de todo o material coletado sendo talhado à reciclagem. “Esse resultado vem do esforço conjunto entre o poder público, as cooperativas e a população. Além do favor ambiental, a coleta seletiva gera trabalho, renda e oportunidades, principalmente para mulheres, que representam quase 70% dos catadores”, destaca.

O processo de reciclagem é feito em Instalações de Recuperação de Recicláveis (IRR), uma vez que o galpão da Cooperativa Cortrap, localizado no Setor Complementar de Indústria e Provimento. Lá, o material é separado, enfardado e vendido a empresas. De concórdia com o diretor-presidente da Cortrap, Janilson Santana Andrade, o volume de material processado aumentou nos últimos anos. “Recebemos em média 360 toneladas por mês e reciclamos muro de 180. Por dia, são 20 toneladas de material reaproveitado”, conta.

Fundador da cooperativa há 26 anos, Andrade lembra que o trabalho dos catadores acompanhou a expansão do sistema público de reciclagem. “Quando começamos, ainda existiam os carroceiros e poucas estruturas organizadas. Hoje temos galpões, esteiras e contratos estáveis com o SLU, o que trouxe mais honra e segurança para quem vive desse trabalho”, comemora.

Apesar dos avanços, Andrade aponta o duelo de conscientizar a população quanto à separação incorreta dos resíduos. “Ainda chegam muitos materiais contaminados com sobras de comida, vidro ou até seringas. Isso razão acidentes e dificulta o trabalho. Pedimos que o cidadão tenha mais zelo — lave as embalagens, separe corretamente e evite colocar vidro solto nos sacos.”

Andrea reconhece que a segregação na origem é um dos principais gargalos. “A população ainda mistura resíduos orgânicos com recicláveis. Nosso trabalho é de conscientização permanente — em escolas, órgãos públicos e mídias. É um esforço quotidiano, mas os resultados mostram que o hábito da separação está se consolidando”, avalia.

Usinas de tratamento mecânico biológico

Além da coleta seletiva, o SLU mantém duas usinas de tratamento mecânico biológico (UTMBs), responsáveis pela triagem de secção do lixo convencional. Segundo a diretora técnica do SLU, essas unidades permitem o aproveitamento de resíduos orgânicos e doações de constituído a pequenos produtores rurais. “Mais de 40% do material convencional passa pelas UTMBs, onde secção é transformada em constituído orgânico. Esse resultado é usado por agricultores, que reduzem o uso de estrume químico e aumentam o valor da produção. Também já reciclamos 20% do resíduo da construção social, e a meta é chegar a 40% com o novo contrato”, explica.

Aplicativo Coleta DF

O SLU também oferece o aplicativo Coleta DF, que informa os dias e horários das coletas, além de dar orientações sobre separação de resíduos e pontos de entrega voluntária. “O aplicativo é uma utensílio prática para o cidadão saber quando e uma vez que descartar o lixo corretamente. Ele está disponível para Android e iOS”, recomenda Andrea Almeida.

Janilson Santana Andrade, diretor-presidente da Cortrap: “Hoje temos galpões, esteiras e contratos estáveis com o SLU, o que trouxe mais honra e segurança para quem vive desse trabalho”

Coleta seletiva no Província Federalista

→ Cobertura atual

· 33 das 35 regiões administrativas contam com coleta seletiva porta a porta
· 90,3% da população urbana do DF é atendida pelo serviço
· Sol Nascente/Pôr do Sol e Chuva Quente estão em tempo de estudo para implantação

→ Resultados recentes

· 58 milénio toneladas de recicláveis processadas em 2024
· Incremento de 222% no volume de materiais desde 2020
· 48,5 milénio toneladas recolhidas entre janeiro e setembro de 2025

→ Estrutura do sistema

· Operação coordenada pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU)
· Coleta realizada por caminhões próprios e cooperativas parceiras
· Triagem em galpões licenciados, com atuação de 22 cooperativas
· Materiais recicláveis são vendidos à Capital Recicláveis e a outras empresas compradoras
· Rejeitos e resíduos orgânicos são destinados ao Aterro Sanitário de Brasília

Próximos passos

· Expansão da coleta seletiva para todas as regiões urbanas do DF
· Campanhas contínuas de conscientização sobre separação correta dos resíduos
· Aperfeiçoamento da logística e integração com as cooperativas

Com informações da Filial Brasília