O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, teve a prisão decretada pelo presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), na madrugada desta terça-feira (4/11), sob a querela de falso testemunho.

“Determino a prisão em flagrante do senhor Abraão Lincoln Ferreira da Cruz pelo delito incoveniente de falso testemunho que trata o inciso dois do item quarto da lei 1.579/52”, afirmou Viana ao fechar a sessão iniciada ainda na segunda-feira (3/11).


Farra no INSS


Conforme o deputado federalista Duarte Jr. (PSB-MA), o sindicalista mentiu ao expressar que não conhecia o tesoureiro da CBPA, Gabriel Negreiros, pois nascente último é paraninfo de um neto do depoente. O parlamentar apresentou uma foto do batizado da garoto e também afirmou que Abraão Lincoln depositou R$ 5 milhões em uma conta de Negreiros.

“Ele (Abraão Lincoln) labareda de relação institucional depositar R$ 5 milhões na conta do Gabriel Negreiros, que zero mais é do que paraninfo do Neto dele. Ele ser paraninfo do seu neto, é relação institucional?”, questionou Duarte Jr.

Em seguida ser pressionado pelo deputado, Abraão Lincoln disse que se confundiu ao responder o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), a saudação da relação com Negreiros.

“Eu quero pedir perdão, porque na minha ignorância, não disse, mas ele é meu compadre. Estou pedindo desculpa porque eu pensei que fosse questão de ser fruto, qualquer parentesco dessa natureza”, tentou se explicar Abraão, mas sem convencer os membros da CPMI.

Em seguida a pontuação feita pelo deputado Duarte Jr., houve um pausa. Minutos posteriormente a volta dos trabalhos, Abraão disse que respondeu não ter relação com Negreiros por motivo de problemas auditivos. Ele mostrou o aparelho auditivo que utiliza e disse ter entendido que a pergunta era se o tesoureiro seria familiar dele.

Já quase ao final da sessão, o relator da CPMI do INSS afirmou que houve outros quatro momentos em que Abraão Lincoln teria mentido.

Repercussão

A prisão do presidente da instituição repercutiu nas redes sociais. O deputado federalista Duarte Jr. repostou uma publicação na qual ressaltava que Abraão Lincoln mentiu à CPMI. “Eu avisei! Mais um recluso!”, escreveu ele na rede social X.

Imagem colorida de postagem do deputado federal Duarte Jr. sobre prisão de Abraão Lincoln
Postagem posteriormente a prisão

Em um vídeo, também postado no X, a deputada federalista Bia Kicis (PL-DF) comentou a prisão. “O depoente de hoje saiu recluso, Abraão Lincoln (…). O relator pediu a prisão, o presidente concedeu. Ele (Abraão) foi recluso. Ainda que pague fiança, deve remunerar uns R$ 5 milénio de fiança, mas pelo menos a prisão foi decretada”, comentou a deputada.

Em silêncio

Abraão Lincoln possuía um habeas corpus facultado pelo ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes para que não respondesse a questões que pudessem produzir provas contra ele. Amparado pelo recta, o depoente praticamente não respondeu as perguntas feitas pelos integrantes da CPMI.

A recorrência de habeas corpus para depoentes, inclusive, foi branco de um questionamento de Alfredo Gaspar durante a CPMI, nesta segunda. “Chega cá, habeas corpus do Supremo Tribunal Federalista (STF). Esse Brasil não pode continuar dividido dessa forma. O povo quer justiça igualitária”, afirmou.

Porquê mostrou o Metrópoles na poste de Tácio Lorran, a Controladoria-Universal da União (CGU) apontou que a instituição sindical presidida pelo depoente não tem nenhum funcionário registrado, apesar de ter atingido, em 2024, a marca de 445 milénio filiados e um faturamento anual de R$ 41,2 milhões.