INVESTIGAÇÃO

Polícia diz que ela é suspeita de ter inventado uma história para se desvincular das mortes

Suposta serial killer confessa dois assassinatos e nega outras mortes atribuídas pela polícia em São Paulo

Ana Paula Veloso Fernandes (Foto: Reprodução/Folha de S. Paulo)

Em prova à Polícia Social de São Paulo, a estudante de recta Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, confessou ter matado duas pessoas, mas negou envolvimento em outros dois assassinatos que estão sob investigação. Vídeos do interrogatório, obtidos pela Folha de S. Paulo, mostram que ela admitiu a autoria das mortes de Neil Correa da Silva, no Rio de Janeiro, e de Marcelo Hari Fonseca, proprietário da lar onde morava, em Guarulhos (SP).

“Eu ajudei uma amiga que mandou matar o pai, o Neil, e o Marcelo Hari Fonseca. A Maria Aparecida e o Hayder Mhazres, não”, afirmou Ana Paula, que vem sendo tratada pela Justiça uma vez que suposta serial killer.

Segundo o prova, o homicídio de Fonseca ocorreu no dia 31 de janeiro. Ana Paula relatou que o varão teria ameaçado seu fruto com uma arma. Três dias posteriormente o delito, quando o corpo começou a exalar odor, ela própria acionou a polícia. “Não fiquei com pavor de eles [policiais] desconfiarem que fui eu. Eles já sabiam que ele tinha sido assassinado”, disse.

O segundo delito confessado foi o de Neil Correa da Silva, em 26 de abril, no Rio de Janeiro. Ana Paula contou que foi chamada por Michelle Paiva da Silva, filha de Neil, que está presa temporariamente, para participar do homicídio. Segundo a versão da suspeita, Michelle teria misturado chumbinho — veneno usado para matar ratos — em uma feijoada servida ao pai. O laudo médico, no entanto, não confirmou intoxicação.

A estudante negou as mortes de Maria Aparecida Rodrigues, em Guarulhos, e do tunisiano Hayder Mhazres, em São Paulo. De harmonia com a polícia, Maria Aparecida teria sido envenenada posteriormente visitar a lar de Ana Paula. O Ministério Público afirma que ela tentou culpar um policial militar e a esposa dele pelo delito.

O caso passou a invocar atenção posteriormente um incidente na universidade onde Ana Paula estudava recta. Em abril, um bolo com poderoso odor químico e um bilhete deixado em uma sala de lição levaram à suspeita de tentativa de intoxicação. Ela afirmou ter disposto um resultado com cheiro poderoso no bolo unicamente para intimidar uma colega, alegando que a mulher havia pesquisado sobre sua vida.

No mesmo prova, Ana Paula declarou que desconfiou da origem do bolo porque o bilhete trazia o nome da esposa do policial Diego Sakaguchi, com quem ela teria se envolvido. “Fiquei em alerta porque a pessoa que descobriu que o PM era casado, Maria Aparecida Rodrigues, apareceu morta”, disse.

A suposta quarta vítima, Hayder Mhazres, morreu em 23 de maio, no bairro do Brás, zona mediano da capital paulista. Ana Paula contou que estava com ele e o irmão quando o tunisiano teria sofrido uma convulsão em um shopping. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu.

A decisão judicial que determinou a prisão preventiva da suspeita, assinada pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, descreve Ana Paula uma vez que alguém com “totalidade desprezo pela vida humana” e a classifica uma vez que “verdadeira serial killer”.

Durante as investigações, a polícia encontrou chumbinho na lar da acusada e aponta que ela teria criado histórias falsas para tentar se desvincular dos homicídios, incluindo o envio de mensagens ameaçadoras para si mesma. As apurações continuam.