Um laudo incluído no processo aponta que o policial militar Renato Torquatto da Cruz é o responsável dos disparos que mataram o jovem Igor Oliveira de Moraes Santos da Cruz, em Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. O jovem foi assassinado em 10 de julho.
De pacto com as informações, o PM Robson Noguchi também disparou com sua espingarda contra o jovem. Além deles, os policiais Hugo Leal de Oliveira Reis e Victor Henrique de Jesus também foram indiciados no caso, depois de apresentaram versões incompatíveis com as imagens.
Os quatro policiais seguem presos no Presídio Militar Romão Gomes.
Estudo das imagens das câmeras corporais mostraram que Igor estava rendido, com as mãos na cabeça, no momento em que foi atingido pelos disparos durante uma operação da PM em Paraisópolis. Segundo a Polícia Militar, ele não tinha passagens criminais, mas havia um registro de ato infracional na juventude.
Bruno Leite, de 29 anos, foi o segundo morto durante a operação. Ele tinha passagens por tráfico de drogas e roubo e morreu em uma troca de tiros com a polícia durante o confronto.
A operação
A comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, viveu uma noite de caos no dia 10 de julho em seguida uma operação da Polícia Militar que resultou na morte de dois homens e na prisão de outros quatro suspeitos.
As ruas foram tomadas por manifestantes, automóveis foram depredados e incendiados e o trânsito da região ficou paralisado. Em meio à confusão, moradores fecharam vias, atearam queimada em objetos e soltaram fogos de artifício.
O vídeo das câmeras corporais mostra quando os agentes entram em uma residência. Num primeiro momento, o PM abre a porta e Igor Oliveira de Moraes Santos aparece detrás da leito com as duas mãos na cabeça.
O PM que estava dentro do cômodo atira duas vezes. Igor se abaixa e os tiros pegam na parede. Na sequência, o PM entra no quarto e manda o suspeito se levantar. Igor aparece na imagem com uma mão pra cima e ao se levantar, o agente atira contra ele. Em seguida, outro militar também dispara atingindo o suspeito que cai no soalho.
*Sob supervisão de Carolina Figueiredo
