*Escrito por Andrea Quaglio. Diretora de notícia e marketing na Sociedade Brasileira para Qualidade do Desvelo e Segurança do Paciente (SOBRASP), é sócia fundadora da Quaglio Consultoria e Treinamentos e Acredita Pet.
Participar da 41ª Conferência da ISQua, evento internacional sobre Qualidade e Acreditação em Saúde, representou uma experiência inspiradora. O tema principal dessa edição foi Inclusive Health Systems: Navigating Challenges with Technology and Humanity (Sistemas de Saúde Inclusivos: Navegando Desafios com Tecnologia e Humanidade), que provocou uma reflexão profunda sobre o estabilidade entre inovação e desvelo genuíno.
Em meio a tantas apresentações e trocas, ficou evidente que debater qualidade em saúde significa falar sobre porquê os valores humanos impactam na cultura de segurança e propósito coletivo. E, embora o evento tenha sido voltado à saúde humana, suas mensagens ecoam no universo da medicina veterinária, que vive um momento de maduração nessa tarifa.
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Nos últimos meses, vários estudos reforçaram a valimento da segurança do paciente também no desvelo bicho. Um deles, publicado pelo JAVMA e divulgado pelo Patient Safety Learning Hub, analisou milhares de eventos adversos em clínicas e hospitais veterinários de diferentes países. O resultado foi um alerta – erros de processo acontecem em todos os níveis de atenção e quase sempre estão ligados a fatores humanos – interrupções, sobrecarga e falhas de notícia.
Ao ouvir as falas sobre cultura justa e sistemas de aprendizagem durante a ISQua, foi inevitável pensar o quanto esses mesmos princípios precisam lucrar espaço nos serviços veterinários. Outro estudo, publicado na Frontiers in Veterinary Science por Petrou e colaboradores, mostrou que mais de 35% dos prontuários eletrônicos analisados continham qualquer tipo de erro de medicação. Essa constatação pode parecer desanimadora à primeira vista, mas carrega um invitação importante: transformar o erro em tirocínio.
Essa também foi uma das mensagens mais potentes da conferência: a teoria de que segurança não é escassez de falhas, e sim a capacidade de aprender com elas. No contexto veterinário, isso significa gerar ambientes em que equipes possam discutir incidentes sem pavor, buscando soluções em conjunto.
A ISQua 2025 também dedicou espaço à discussão sobre perceptibilidade sintético, inovação e transformação do dedo. O exaltação com a tecnologia foi equilibrado por um alerta: zero substitui o julgamento galeno e a empatia. A veterinária tem avançado nesse campo, com o uso de registros eletrônicos e ferramentas preditivas, mas ainda precisa prometer que a tecnologia esteja a serviço do desvelo, e não o contrário.
Uma vez que ouvi em uma das plenárias, “tecnologia sem humanidade é exclusivamente eficiência vazia”, e essa frase resume muito o repto de todos nós. Outro ponto que me chamou atenção foi o debate sobre bem-estar das equipes. A cultura de segurança depende de pessoas engajadas e de líderes que realmente escutam. Esse também foi o tom do Veterinary Patient Safety Summit 2025, promovido por VetLed e VetSafe, que reforçou a teoria de que “fazer o evidente deve ser o caminho mais fácil”.
Em qualquer hospital, humano ou veterinário, gerar ambientes de trabalho psicologicamente sustentáveis é o primeiro passo para prometer um desvelo seguro e de qualidade aos pacientes. Finalmente, profissionais emocionalmente apoiados tomam decisões mais assertivas, comunicam-se melhor, reduzindo assim possibilidade de erros assistenciais.
Por termo, todas essas discussões sobre Sistemas da Qualidade dialogam diretamente com o trabalho que realizamos na AcreditaPet. Cada novidade evidência científica fortalece o movimento por uma veterinária com subida performance em gestão. E a conferência da ISQua reafirmou um pouco que acredito profundamente: a qualidade não é um selo, é uma jornada coletiva. E, ao olhar para os avanços da segurança do paciente veterinário, vejo um caminho promissor que une ciência, sensibilidade e propósito.
