RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O MDB divulgou nesta quarta-feira (22) o documento “Caminhos para o Brasil”, texto que pretende somar a posição política do partido sobre um ano das eleições de 2026.
Dez anos posteriormente o emblemático “Uma Ponte para o Porvir”, o MDB suaviza e deixa em segundo projecto o exposição de austeridade fiscal, ponto mediano e praticamente único do manifesto de 2015, e agora coloca uma vez que focos a resguardo da democracia, do desenvolvimento e da redução das desigualdades.
O novo documento do partido, intitulado “Caminhos para o Brasil”, foi divulgado em evento no Meio de Convenções Brasil 21, com a presença, entre outros, do presidente do MDB, Baleia Rossi, da ministra Simone Tebet (Planejamento), do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e do ex-presidente da República José Sarney.
O texto de 67 páginas foi elaborado pela Instauração Ulysses Guimarães e foi coordenado pelo ex-ministro Aldo Rebelo.
Amparado em três eixos –a consolidação da democracia, a retomada do investimento e a redução das desigualdades–, o documento defende pautas mais identificadas à esquerda, uma vez que a responsabilidade social e o combate à crise climática, e mais à direita, uma vez que o estabilidade fiscal.
“O compromisso com a moderação, o pragmatismo, a procura pelo consenso e o estabilidade atua uma vez que um contrapeso ao desgaste gerado pela intensificação de posicionamentos políticos radicais, que emanam tanto da extrema direita quanto da extrema esquerda.”
Uma vez que escreveram os deputados Baleia Rossi e Alceu Moreira (presidente da Instauração Ulysses Guimarães) em item publicado na Folha de S.Paulo nesta quarta, o objetivo do partido é se colocar ao meio.
“Nosso caminho é do meio. Do verdadeiro meio. Aquele que dialoga da centro-esquerda à centro-direita. Ora cobrando responsabilidade fiscal, ora estimulando mais ousadia nos investimentos. Meio não é ponto de partida, é ponto de chegada. Somos liberais na economia, com profunda responsabilidade social.”
Apesar de ter liderado o impeachment de Dilma, setores do MDB apoiaram no segundo vez a eleição de Lula e, posteriormente a vitória do petista, passaram a integrar o governo com a ocupação de três ministérios. O partido compõe o grupo de meio e de direita que trabalha por uma candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2026, mas, assim uma vez que há quatro anos, setores ensaiam se manter no paquete de Lula.
“É preciso adotar uma postura de responsabilidade e planejamento, com prudência na gestão orçamentária, reformas estruturais e administrativas muito direcionadas e esforços consistentes para reduzir os déficits públicos, sempre com o zelo de não comprometer serviços essenciais, nem transferir o peso da crise para as gerações futuras”, diz o texto divulgado nesta quarta.
Já “Uma Ponte para o Porvir”, lançado em outubro de 2015, tinha um tom bastante diverso, muito mais à direita.
O período era de potente crise econômica e política. Apesar de na estação ocupar a vice-presidência da República, a {sigla} caminhava a passos largos para comandar no ano seguinte o impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Pouco mais de um mês depois, por exemplo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (logo no MDB) autorizava o curso do processo contra a petista. Dias depois Michel Temer, que assumiria o missão, enviava uma missiva a Dilma afirmando, entre outras coisas, que se considerava um “vice decorativo”.
O “Ponte para o Porvir” teve uma vez que coordenador Moreira Franco, que seria ministro de Temer, e contou com influência de Delfim Netto, varão potente da economia durante a ditadura militar (1964-1985).
O texto tinha uma robusta resguardo do rigor nas contas públicas, traçava um cenário de crise fiscal estrutural e de um Estado disfuncional e, no envolvente político e econômico convulsionado, acenava ao empresariado e à direita com várias propostas.
Entre elas reformas estruturais duras para vedar o desenvolvimento da despesa, o término das vinculações constitucionais (uma vez que os pisos mínimos de gastos com saúde e ensino), a eliminação da indexação de salários e benefícios previdenciários e uma reforma da Previdência com idade mínima de 65 anos, “com previsão de novidade escalada futura dependendo dos dados demográficos”.
“Nosso desajuste fiscal chegou a um ponto crítico. Sua solução será muito dura para o conjunto da população, terá que moderar medidas de emergência, mas principalmente reformas estruturais”, pregava o texto.
