
A Apex Capital, gestora fundada em 2011, vê o momento atual da Bolsa brasileira como uma das maiores oportunidades já registradas, com alto potencial de valorização.
Para Fábio Spínola, sócio da Apex, o cenário de juros reais elevados, combinado a múltiplos baixos, cria uma janela de oportunidades que a casa considera “a maior assimetria da história”.
No entanto, a casa mantém cautela com ações específicas, como a Embraer (EMBR3), que, apesar de resultados robustos e boa geração de caixa, enfrenta riscos políticos e tarifários que podem afetar seu desempenho.
“Talvez o principal risco da pessoa física hoje seja não ter nada de Bolsa.”
Durante participação no podcast Stock Pickers, apresentado por Lucas Colazzo, ele disse que o potencial de alta dos ativos listados é muito superior ao de queda, enquanto a margem de segurança em diversas teses é elevada.
Embraer: bons números, múltiplo alto e risco político
Fábio Spínola, também sócio da Apex, destacou que a Embraer atravessa um momento operacional muito positivo, com margens acima do esperado, especialmente pela expansão da linha de defesa KC-390 — cujas vendas internacionais oferecem rentabilidade superior à inicial, quando o programa foi financiado pela Força Aérea Brasileira (FAB).
Mesmo assim, ele alerta para o risco de tarifas de importação dos EUA voltarem a patamares mais elevados, caso haja instabilidade política no Brasil.
“Você está no meio de uma guerra tarifária, numa questão política entre Brasil e Estados Unidos. Será que esses 10% de tarifa não voltam para os 50% porque o Bolsonaro foi preso? Isso traz mais risco para a tese.”
Outro ponto de atenção é o preço: a ação já negocia a 10 vezes EBITDA, contra 5 ou 6 vezes quando a gestora iniciou posição.
Hoje, a Apex mantém apenas uma fatia residual do papel, encarando-o mais como ativo de “carrego” do que de forte valorização.
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IRB (IRBR3) entra no radar como aposta fora do consenso
Entre as preferências atuais, Weikert citou o IRB Brasil (IRBR3), que, após anos de dificuldades e aumentos de capital, vem passando por um turnaround sob nova gestão.
“Desde 2022, com o novo CEO e reforço na área de subscrição, a empresa melhorou a sinistralidade e a receita financeira. Está crescendo o lucro e negociando a cinco vezes o resultado projetado para 2026.”
A expectativa é que, com excesso de capital, a resseguradora aumente a distribuição de dividendos, podendo chegar a pagamentos entre 12% e 15% do valor de mercado nos próximos anos.
“É algo bastante interessante, com uma simetria bem positiva na nossa opinião”, completou.
“Nem ferrando que eu vou perder esse Bull Market”
O clima de otimismo não é exclusividade da Apex. Colazzo relatou conversa com outro gestor que resumiu o sentimento atual: “Nem ferrando que eu vou perder esse próximo Bull Market”.
Na visão de Weikert, mesmo em um cenário de juros altos e desafios macroeconômicos, muitas empresas brasileiras vêm melhorando a qualidade operacional, quebrando resistências e sobrevivendo.
Para a Apex, a abundância de caixa na renda fixa e a recomposição de posições na Bolsa podem gerar um movimento relevante.
“Tem um potencial gigantesco e uma simetria muito grande. Podemos ir para ações de qualidade que vão subir muito ou para as mais focadas no mercado doméstico. A escolha é ampla.”

Infraestrutura e dividendos gordos no radar
No setor de infraestrutura, Spínola vê oportunidades em ativos com receita indexada à inflação e retorno real elevado.
Ele citou a Copel (CPLE6), que hoje oferece taxa de retorno de quase 13% e pode pagar dividendos na casa de 11% nos próximos anos — níveis superiores aos praticados por empresas similares.
“Só por esperar o tempo passar e ela começar a pagar dividendo, pode acontecer uma valorização expressiva. O investidor que compra Banco do Brasil pelo dividendo de 11% pode migrar para Copel.”
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