O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a Rússia e a China de realizarem testes nucleares de forma escondida, durante uma entrevista para a rede de televisão CBS.
“A Rússia e a China fazem testes, mas não falam sobre isso. Sabe, somos uma sociedade ensejo. Somos diferentes. Nós falamos sobre isso. Precisamos falar sobre isso, porque senão vocês vão noticiar… eles não têm jornalistas que vão grafar sobre isso”, afirmou Trump em conversa com a apresentadora Norah O’Donnell para o programa 60 Minutos.
O líder americano continuou afirmando que a Coréia do Setentrião e o Paquistão também realizam testes nucleares.
Na semana passada, Trump ordenou que os EUA retomem as atividades nucleares posteriormente 33 anos de hiato.
O presidente americano também disse que os países possuem armas nucleares, mas “não falam sobre”.
“E, sabe, por mais poderosos que sejam, levante é um mundo grande. Você não necessariamente sabe onde eles estão fazendo os testes. Eles testam lá no subsolo, onde as pessoas não sabem exatamente o que está acontecendo”, declarou ele.
A decisão de Trump, de retomar os teste, surge em um momento de crescente preocupação com o desenvolvimento de novas armas nucleares por potências mundiais.
A Rússia recentemente apresentou duas novas armas estratégicas: o drone submarino Poseidon e o míssil de cruzeiro Burevestnik.
O Poseidon é descrito porquê um torpedo nuclear capaz de atingir velocidades de 200 km/h e seguir rotas imprevisíveis, tornando sua interceptação praticamente impossível.
O dispositivo poderia contaminar áreas costeiras com chuva radioativa.
O Burevestnik, por sua vez, é um míssil de propulsão nuclear com alcance indeterminado que, em testes recentes, percorreu mais de 14 milénio quilômetros em 15 horas.
Sua capacidade de voar em baixa altitude o torna difícil de ser detectado por sistemas de resguardo.
Especialistas alertam que essas são “armas do Armageddon”, com potencial destrutivo sem precedentes.
A estratégia nuclear atual baseia-se em um tripé: mísseis balísticos em solo, bombardeiros e submarinos nucleares, sendo estes últimos considerados os mais estratégicos por sua capacidade de operação furtiva.
Impacto dos testes
Entre 1945 e 1996, foram realizados mais de 2 milénio testes nucleares globalmente, sendo 1.032 pelos Estados Unidos e 715 pela antiga União Soviética.
Desde portanto, somente Índia, Paquistão e Coreia do Setentrião realizaram testes conhecidos, totalizando 10 detonações.
A retomada dos testes nucleares pelos Estados Unidos levanta preocupações sobre uma provável novidade corrida armamentista.
Aliás, a medida retoma preocupações com os riscos ambientais e humanos associados.
Históricos testes realizados no Pacífico e no Ártico causaram danos significativos a milhões de pessoas, suas colheitas e ao meio envolvente devido à contaminação radioativa.
