A Caixa informou que seu pilha não identificou, até o momento, nenhuma conta de escravizado que tenha sido sacada, em seguida a anulação, pelo vetusto proprietário.
Na quarta-feira, 22, o Ministério Público Federalista (MPF) recomendou à instituição que elabore um projecto de identificação das cadernetas de poupança abertas por escravizados ou ex-escravizados e mantidas em seu pilha histórico. O banco também deverá apresentar as informações sobre essas poupanças, uma vez que os nomes dos titulares e informações sobre a destinação dos valores.
“A documentação do Montão Caixa não identifica, em pesquisas feitas até o momento, alguma conta de escravizado que tenha sido sacada pelo seu senhor em seguida a anulação”, disse a instituição em nota. “Alguns registros já pesquisados apontam que os titulares continuavam a movimentar as suas contas em seguida a anulação, em 1888, uma vez que por exemplo a conta nº 430 pertencente ao escravizado Ismael, procedente da província de Mato Grosso, que em janeiro de 1889 fez a ‘retirada por saldo’ de valores de sua conta.”
A Caixa informa ainda que, mesmo antes da Lei do Ventre Livre (1871), já permitia a fenda de poupança para compra da missiva de libertação por escravizados. “As cadernetas mantidas nas unidades da Caixa Cultural são preservadas por equipes multidisciplinares e orientam-se à memória da instituição e do povo brasiliano”, disse o banco em nota.
Estadão Teor
