Os Estados Unidos intensificaram sua presença militar próxima à Venezuela, enviando navios de guerra e caças para Porto Rico, em uma mostra de força que contrasta com a manutenção de canais diplomáticos entre os dois países.

De concórdia com a correspondente internacional da CNN na Argentina, Luciana Taddeo, mesmo com acusações graves do presidente americano Donald Trump contra Nicolás Maduro, incluindo alegações de que nascente lideraria um monopólio, as negociações entre os países continuam.

Richard Grenell, enviado americano para missões especiais, esteve recentemente na Venezuela e conseguiu a libertação de prisioneiros que estavam detidos há anos no país.

Diálogo em meio à tensão

Maduro confirmou que mantém informação com autoridades americanas, incluindo Grenell e John McNara, encarregado de negócios na Colômbia para a Venezuela, já que a embaixada dos Estados Unidos em Caracas está fechada desde 2019.

Em resposta à movimentação militar americana, Maduro tem utilizado a situação para tentar mobilizar a população em torno de um sentimento de resguardo da soberania vernáculo.

O governo venezuelano convoca cidadãos para integrar a Milícia Bolivariana, um braço social das Forças Armadas criado por Hugo Chávez, e realiza demonstrações militares nas ruas de Caracas, incluindo exercícios com tanques de guerra.

Números questionáveis

O regime venezuelano afirma narrar com 8 milhões de pessoas inscritas na milícia bolivariana, número que gera questionamentos em um país de 35 milhões de habitantes.

Especialistas apontam contradições nos dados, mormente considerando que mesmo os resultados eleitorais oficiais indicam que Maduro obteve pouco mais de 6 milhões de votos.

A tentativa de fabricar uma coesão vernáculo enfrenta obstáculos significativos, uma vez que a grave crise econômica que afeta a população, com salários mínimos insuficientes, além da repressão e perseguição a opositores, que minam o escora popular ao governo.