AUTOMOBILISMO
O formado químico tem sido usado na adulteração de bebidas alcóolicas e causado intoxicações graves e até mortes pelo Brasil
Foto: CP Memória
Nos últimos dias, um ponto tem ganhado os noticiários pelo Brasil. Dezenas de casos de intoxicações graves e até mortes causadas por bebidas alcóolicas adulteradas chamaram a atenção do país. O mais recente deles foi o do cantor Hungria, nesta quinta-feira (02/10). Todos os episódios possuem um pouco em generalidade: ambos foram provocados por conta da contaminação dos líquidos com metanol.
Também espargido porquê álcool metílico, o metanol é um formado químico, com fórmula CH3OH, e já esteve presente no esporte. De 1965 a 2007, a Fórmula Indy, utilizou-o porquê combustível. A iniciativa surgiu posteriormente um gravíssimo acidente nas 500 Milhas de Indianápolis de 1964, causado pelo rompimento de um tanque de gasolina, que se espalhou por toda a reta, criando um verdadeiro inferno de fumaças e chamas.
O metanol passou a ser utilizado na Fórmula Indy por ser uma substância que não queima tão rápido quanto a gasolina. E, quando acontece um incêndio, é provável apagá-lo somente com chuva. Aliás, a temperatura das chamas também é menor. E existe ainda vantagens para o desempenho de motores turbo, melhorando a potência e a eficiência térmica e permitindo configurações mais agressivas do motor.
No entanto, existiam dois grandes problemas, que fizeram com que a categoria abandonasse o metanol em 2007. O primeiro deles é que as chamas são praticamente “invisíveis”. Já o segundo é pelo indumento de a substância ser extremamente tóxica para o ser humano. A invisibilidade foi resolvida com aditivos que davam cor ao líquido no caso de queimação, mas a toxicidade contribuiu para que a Indy abandonasse o combustível.
Em 2008, a Fórmula Indy passou a usar um combustível que era feito com 98% de etanol e 2% de gasolina. Para efeitos de verificação, a Fórmula 1, principal categoria do automobilismo, usa um líquido E10, que possui 10% de etanol. A partir do ano que vem, haverá uma mudança para o combustível 100% proveniente de fontes renováveis.
