
Após a divulgação dos resultados do 2T25 e do Dia do Investidor (Investor Day), os analistas destacam que a Brava Energia (BRAV3) passou por um ponto de inflexão relevante em sua trajetória operacional e financeira.
Segundo os bancos, a petrolífera demonstrou avanços significativos em eficiência, execução e gestão de capital, especialmente com a priorização de ativos offshore e a manutenção da produção nos níveis atuais. Acredita-se que essas medidas tenham reduzido de forma expressiva os riscos associados à tese de investimento, fortalecendo a posição da Brava como uma opção de criação de valor de longo prazo para os acionistas.
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O Itaú BBA retomou a cobertura da Brava Energia (BRAV3) com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo para o final de 2026 de R$ 28 por ação, indicando um potencial de valorização de 50% em relação aos níveis atuais.
Segundo o banco, a Brava tem demonstrado avanços operacionais sólidos nos últimos meses, com melhorias na execução e ganhos significativos de eficiência. A produção alcançou 74 mil barris por dia (kbpd) em julho, enquanto os custos de extração caíram para US$ 17,4/boe (barris de óleo equivalente) no 2T25. A empresa também avançou na gestão de passivos e na reestruturação da alocação de capital.
O Itaú BBA avalia positivamente a decisão estratégica da Brava de concentrar CAPEX (despesas de capital) em ativos offshore, aumentando a exposição a projetos de maior retorno e reforçando a desalavancagem no curto prazo. Ainda assim, o banco destaca que o crescimento limitado da produção no curto prazo, os impactos incertos de CAPEX reduzido em ativos onshore e a perspectiva cautelosa para o preço do petróleo podem limitar a valorização das ações no curto prazo.
Apesar disso, o Itaú BBA considera que a Brava está adotando medidas adequadas para se posicionar como uma alternativa de criação de valor de longo prazo para os acionistas, com foco na desalavancagem e nos ativos centrais. Esses esforços devem sustentar um rendimento de fluxo de caixa (FCFE yield) de 29% e reduzir a alavancagem para 1,1 vez até 2027, assumindo Brent a US$ 65 por barril.
O Itaú BBA ainda projeta CAPEX de US$ 462 milhões em 2025, US$ 517 milhões em 2026 e US$ 380 milhões em 2027, incluindo o desenvolvimento dos novos poços e o PLSV necessário para conexão. Os níveis de break-even de EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) e FCFE (fluxo de caixa livre ao acionista) foram estimados em US$ 30 por barril e US$ 58 por barril, respectivamente, para 2026.
O Goldman Sachs, por sua vez, mantém uma perspectiva cautelosa para petróleo, com o Brent projetado a US$ 56 por barril no próximo ano e US$ 52 por barril no 4º trimestre de 2026. Nesse contexto, a Brava é considerada a ação mais exposta a uma eventual queda nos preços do petróleo dentro da cobertura de óleo e gás (O&G) na América Latina.
Segundo o Goldman Sachs, cada queda de US$ 10 por barril Brent poderia reduzir cerca de 13 pontos percentuais no fluxo de caixa livre (FCF) da Brava, acima da média de 7 pontos percentuais observada no setor, embora os hedge da empresa para volumes do próximo ano possam limitar o impacto no curto prazo.
Por outro lado, o banco americano identifica aspectos positivos na companhia. O ramp-up (início de produção) do FPSO (plataforma flutuante) Atlanta segue conforme planejado. Além disso, após os desafios de produção no campo Papa Terra e os investimentos recentes de manutenção e integridade, a empresa apresenta maior confiança em manter a produção nos níveis atuais, ainda que com alguma incerteza. O Goldman Sachs também destaca a estratégia de alocação de capital, que vem priorizando ativos offshore em detrimento de onshore, onde grandes investimentos em CAPEX não resultaram em crescimento de produção, com o objetivo de preservar a produção nos níveis atuais.
Em síntese, embora o Goldman Sachs continue enxergando riscos de queda para o petróleo nos próximos 12 meses e considere a Brava uma das empresas mais vulneráveis a essa situação, o banco reconhece uma melhora marginal na história de valor da ação.
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Já a XP Investimentos reforça sua perspectiva positiva, destacando que a Brava apresenta uma tese de desalavancagem bem estruturada, além de possuir um portfólio diversificado e estar bem posicionada para combinar crescimento e distribuição de resultados aos acionistas nos próximos anos.
Segundo a XP, isso é viável porque a fase mais intensa de CAPEX já foi concluída, os investimentos marginais oferecem alta flexibilidade, baixo breakeven e taxas internas de retorno atraentes, e a estrutura corporativa da Brava proporciona uma eficiência tributária adicional, aumentando ainda mais a geração de fluxo de caixa livre (FCF).
O Bradesco BBI avaliou que 2025 foi um ano de conquistas para a Brava, apesar de altos e baixos no período, destacando a aceleração das operações bem-sucedidas em Atlanta, a recuperação do campo de Papa-Terra e a estabilidade dos campos terrestres. Olhando para o futuro, o banco observa que, além de quatro novos poços offshore a serem perfurados, há sinais positivos nos campos terrestres, especialmente nos projetos de recuperação terciária.
Segundo o BBI, os resultados piloto iniciais foram promissores e, se expandidos, podem melhorar significativamente a relação EBITDA/CAPEX nos campos terrestres, impulsionando a geração de fluxo de caixa. A administração da Brava estima um potencial de cerca de 100 milhões de barris de recuperação incremental onshore, que, a um múltiplo conservador de US$ 5 por barril para reservas 2P (provadas e prováveis), poderia agregar US$ 500 milhões em valor incremental para a empresa, aproximadamente R$ 6,00 por ação.
O banco ressalta que o principal risco para a tese de investimento são os preços do petróleo. O Bradesco BBI projeta mais fraqueza nos preços do petróleo para o 4T25 e observa que, por ser a ação de petróleo mais alavancada de sua cobertura, a Brava pode ter desempenho inferior aos pares caso a projeção de preço se confirme.
O BBI reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 27.
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